Diferentemente de um diário, onde
a pessoa anota coisas que aconteceram, a agenda tem a finalidade de receber
informações quanto a compromissos vindouros.
Perebo que aqueles que costumeiramente dependem de uma agenda, como por
exemplo é o meu caso, à preenchem pautados em prioridades, rotinas e
compromissos que advém da “agenda” de outros.
É uma situação que não nos damos conta, mais quando paramos para refletir,
percebemos que nunca paramos para fazer nossa agenda com base naquilo que
realmente tem significado permanente em nossa vida.
Para ser mais claro, independente de que forma você agenda suas
prioridades, se em um carderno com informações de dias e horários, se em um
computador, ou mesmo se “deixa a vida te levar”, é importante refletir sobre o
que realmente tem valor.
É fato que no dia a dia, compromissos externos tiram um tempo precioso de
convivência com a família. Muitos são os que em busca de uma suposta “melhora
de vida” não tem tempo para o lazer e muito menos para um relacionamento com
Deus.
Quando falamos de agenda, tempo é uma palavra chave, e por sua vez tempo está ligado a identificação de
prioridades. Em uma sociedade tão acelerada quanto a que vivemos, é notório que
não se tem condições de atender a todas as demandas, por isso a necessidade de
se identificar o que realmente é importante, não apenas para o dia de hoje,
mais para a vida.
Esta questão de efetivamente valorar o que importa, faz toda a diferença ao
longo dos anos. Impor valores desproporcionais aos resultados e negligenciar o
entender a missão, fatalmente conduz ao fracasso em áreas importantes da nossa vida.
Quero compartilhar com você um conto que ilustra bem o equivoco de se dar
valor incorreto as coisas e as consequências desastrosas de escolhas erradas.
Era uma vez o jovem que recebeu
do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a outro rei de uma
terra distante.
Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada.
- Cuida do mais importante e cumprirás a missão! - disse o soberano ao se
despedir.
Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes.
Pela manhã, bem cedo, sumiu no
horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que
era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse
era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas
esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal.
esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal.
Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.
- Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal - disse alguém.
- Não me importo - respondeu ele - Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará!
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportando mais os maus-tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente o amaldiçou e seguiu o caminho a pé.
Acontece que nessa parte do país
havia poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas
horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal.
Estava exausto e sedento. Já
havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava
da recomendação do rei: "Cuida do mais importante!"
Seu passo se tornou curto e lento. As paradas, frequentes e longas.
Como sabia que poderia cair a
qualquer momento e temendo ser
assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota.
Mais tarde, caiu exausto no pó da
estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que
seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele.
Ao recobrar os sentidos,
encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para
contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do
insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera.
- Porém, majestade, conforme me recomendaste, "cuida do mais importante", aqui estão às pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer.
O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos.
Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
"Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio e candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova.
Dei a ele alguns diamantes e um
bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante.
Faz-me, portanto, este grande
favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso,
saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada.
Se, porém, perder o animal e
apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos
apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que
o servem".
Ao analisarmos este conto,
depreendemos deste varias lições. Existem aqueles que seguem sua jornada,
focando em objetivos que nem mesmo foram eles que estipularam.
Em muitas situações tem uma
leitura errônea das expectativas daqueles que os cercam. Muitos estão atrás de
dinheiro, posição social, bens materiais, para fazer a felicidade daqueles que
lhe são queridos. Porém não percebem que no afã de tais conquistas,
negligenciam o que realmente é importante para aqueles que o amam – presença –
atenção – amor.
Existem também aqueles que na
busca por seus objetivos, ignoram que os auxilia. Utilizam as pessoas,
enquanto, segundo seu entendimento, estas tem utilidade, estando dispostos às
descartar a qualquer momento, quando entendem que não tem mais serventia.
Num contexto de prioridades
equivocadas, não existe tempo para Deus, pois o Criador é a real tradução do
que realmente tem valor, sendo que para poder fazer escolhas erradas temos que
nos distanciar dele.
Poderia ainda me estender com
diversas conjecturas sobre nossas escolhas equivocadas, mas creio que já me fiz
entender, em razão do que quero fazer uma proposta.
Desejo que em 2013, verdadeiramente
façamos nossas agendas, reservando tempo para o que realmente tem valor. Que
pautemos nossos dias, reservando tempo para a Família, para o Lazer e
principalmente para Deus.
Que a despeito das inúmeras
responsabilidades que a vida nos impõe, reservemos tempo para reflexão, para o
exercício físico e para a convivência com aqueles que amamos.
Que neste ano não sejamos
conduzidos por nossas ambições, mais que aprendamos a cada dia a dar valor, a reconhecer,
aqueles que nos ajudam na caminhada.
Que ignoremos atalhos. Atalhos
estes que muitas vezes magoam e entristecem àqueles que nos auxiliam.
Por fim, que ao chegarmos ao
final deste ano, estejamos muito mais felizes conosco mesmo, sabendo que fizemos
as escolhas certas.
Vamos fazer nossa agenda?