O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung escreveu; "Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder prevalece, há falta de amor. Um é a sombra do outro. "
Do que o ser humano é capaz em busca do poder?
Não é de agora que o cenário político nacional tem se pautado muito mais por projetos pessoais do que por interesses coletivos.
Em busca do poder a qualquer preço, o menor pecado é o de burlar leis eleitorais.
Muito se fala em estar ao lado do necessitado, do excluído, do discriminado, do pobre... Mas poucos são os que verdadeiramente querem levantar o estandarte da justiça social.
Seria engraçado se não fosse trágico o fato de que, em busca de realizações pessoais, são feitas as mais esdrúxulas coligações. Muitas alianças se dão à custa de chantagens, unem-se aos próprios sabidos inimigos, num intento de, durante a caminhada pelo “projeto pessoal”, alimentar seu ego com os despojos dos espoliados.
Ao longo do tempo, as participações populares sucumbiram ao comodismo do discurso populista de dar pão e circo. A bem da verdade, a grande maioria dos que compõem o meio político é regida por um espírito de prostituição que viabiliza suas relações promiscuas em uniões que visam fraudar o erário público e patrocinar injustiças sociais.
Tudo isso é extremamente incoerente se refletirmos que um dos princípios basilares da administração pública é a impessoalidade. Todavia, o que se vê na política são pessoas que, a despeito do compromisso com o bem comum, usam os bens públicos para benefícios pessoais.
Alguns poucos - “peixes fora d’água”, lutam pelo ideal comum dentro da política nacional. No entanto, é uma luta desigual, pois os corruptos, ímprobos, verdadeiros déspotas de currais, por se assemelharem, se unem uns aos outros e mantém o sistema que lhes favorece.
Como Cristão, eu chamo a atenção daqueles que, muitas das vezes, por professar uma Fé, acham que não têm compromisso como cidadãos. Precisamos ter consciência de que as pessoas que nos representam são eleitas por nós. É necessário que reflitamos em quem votamos e que tipo de “valor” tem o nosso voto.
Estamos num momento em que os “planos pessoais” dos políticos estão em busca de serviçais. Cabe a nós assumirmos nossa posição de responsabilidade com aquilo que nos pertence e não delegar poder a alguém que o quer simplesmente para colocá-lo a seu próprio serviço.
Benjamin Disraeli foi um escritor e político britânico de origem judaica-italiana, que sabiamente escreveu a seguinte frase; "Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele."
Podemos e devemos lutar por nossos princípios e convicções. Certamente, se assim o fizermos, talvez não mudemos o cenário político nacional, mas por certo seremos exemplo para nossos filhos de netos de uma atitude solidária, ética, digna e justa em prol do bem comum.